quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O desplante é total

Acabei de ler na revista "Sábado" que José Raul dos Santos, um deputado deste país, autarca (ou ex-autarca?) de Ourique, chocou contra um carro e, para evitar soprar no balão, mostrou o seu artão do Parlamento. Ao ver que a polícia não se deixava convencer com os seus "argumentos de bom senso", este deputado da nação fez o quê? Fugiu. Sim, leram bem, fugiu.
Quando os cidadãos de um país elegem, de livre e espontânea vontade, como seus representantes "Fátimas Felgueiras", "Valentins Loureiros", "Josés R. dos Santos", e outros que tais, é difícil ter alguma esperança quanto ao futuro.
A falta de vergonha, de decência, de responsabilidade, de verticalidade, de justiça, de honestidade, está, se dúvidas existissem, definitivamente instalada neste país. É o salve-se quem puder e como puder.

O lago dos cisnes

Composto por Tchaikovsky em 1876, por encomenda do Teatro Bolchoi de Moscovo, O Lago dos Cisnes, notabilizou-se pela beleza da música. Inspirado numa antiga lenda alemã, em que o mundo tridimensional se cruza com um mundo mágico e místico, O Lago dos Cisnes conta a história de Odette, uma princesa transformada em cisne pela acção perversa de um feiticeiro. Após uma difícil luta entre o poderoso e cruel Von Rothbart, e o Príncipe Siegfried, Odette é finalmente resgatada pelo amor do príncipe.Uma história em que prevalece o poder do amor, sobre a ambição e a traição.

Ontem, na reposição da versão coreografada pelo ex-director artístico da Companhia, Mehmet Balkan (segundo Marius Petipa), que conta com música de P. I. Tchaikovski, cenografia e figurinos de António Lagarto e desenho de luz de Vítor José, os papeis de Odette/Odile e Príncipe Siegfried estiveram a cargo de Barbora Hruskova e Carlos Pinillos que foram, como sempre, superlativos.

Apesar de o corpo de baile ainda apresentar problemas de técnica e alguma descoordenação, é um prazer ver a CNB, no seu conjunto, tão saudável em palco e a transportar-nos, a mim pelo menos, para um universo onírico e, quase, imponderável.

Pena é que este ano a música seja gravada e não ao vivo pois retira sempre um pouco da magia decorrente da cumplicidade entre os bailarinos e maestro/orquestra. Espero que não seja também uma consequência desta duvidosa, to say the least, entidade cultural OPART.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Do you believe it?????

Recebi esta pérola e não sei se estão a gozar comigo ou a falar verdade:


"Quem viu o mapa de Portugal no Finantial Times de 13 de Outubro de 2007? (...) .Segundo o mapa, repetido em duas páginas, não há Portugal: ha quatro cidades numa região que se chama Algarve (Praia da Luz, Lagos, Albufeira e Faro).Para cima, fica Espanha.(...)"

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Ao que isto chegou

ANF quer introduzir junto dos clientes das farmácias um cartão de crédito que permite acumulação de pontos pelos medicamentos que compram trocando-os por produtos de catálogo, que se vai "traduzir em vendas mais agressivas" pelos estabelecimentos.

1 mês de imensa saudade

sábado, 8 de dezembro de 2007

Papá

O meu pai era um homem bonito. Muito bonito. Alto, magro, elegante, distinto. Olhar carinhoso, por vezes triste, profundo. Tinha umas mãos lindas, eu adorava as suas mãos. Esguias, elegantes, suaves.

O meu pai era um homem bom. Tímido na sua bondade, por vezes inibia-se na demonstração dos seus afectos e emoções, mas tinha um coração grande, um coração imenso.

O meu pai era um homem honesto. E, muitas vezes, por isso, sofreu em silêncio com a desonestidade daqueles que o decepcionaram profundamente.

O meu pai era um homem justo. E nem sempre o seu sentido de justiça foi compreendido e aceite por quem se regia por valores menos nobres.

O meu pai era um homem cumpridor. Com uma consciência profunda dos seus deveres e obrigações.

O meu pai era um homem com sentido de humor. Com o seu sentido de humor.

O meu pai era um homem tímido.

O meu pai era um homem calado. Guardava para si aquilo que o fazia sofrer e o que o entristecia.

O meu pai era o meu pai. O meu querido pai.

Há quase um mês que o meu pai partiu. Sem aviso, serenamente.Deixou-nos a saudade imensa, esta ausência dolorosa. Ficou a memória doce, a ternura, o amor, o carinho, o sorriso, a cumplicidade, os valores, o orgulho de sermos quem somos.

O meu pai partiu mas estará sempre comigo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade