segunda-feira, 28 de julho de 2008

Perspectivas

Iniciei o fim-de-semana na 5ª feira com a peça Omnisciência no Aberto. O tema, um "drama" dos dias de hoje, conduz-nos pela paranóia da formatação, da vigilância, do medo, da despersonalização. É impossível não pensar em George Orwell e Aldous Huxley.
Pena que a encenação tenha deixado um pouco a desejar.
Sábado, Caetano. E está tudo dito.
Para rematar, "Batman - O Cavaleiro das Trevas", filme absolutamente fantástico, emocionante em contínuo, imperdível, independentemente de se ser ou não fã de Batman. O Bem (?) e o Mal (?). A fronteira está lá (é preciso acreditar, mas às vezes é difícil), mas é tãooooo frágil.
Cara ou Coroa? Ou será, Duas-Caras?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O dedo na ferida


O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter.
"Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.
Mário Crespo, in JN

domingo, 20 de julho de 2008

Milton Nascimento & Jobim Trio

6ª-feira, dia 18. Coliseu dos Recreios. Canções onde fui, sou e, seguramente, serei feliz. Milton Nascimento faz parte do meu património emocional e, para meu deleite, trouxe-me um mar de de boas ondas.


Nota: 1ª parte com Rodrigo Maranhão. Não conhecia mas fiquei com vontade de conhecer. Uma voz portentosa.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Banda Sonora de hoje

em preparação para amanhã

Estado da Nação

Verdade de La Palisse: O estado faz leis que ele próprio não cumpre. Aliás, é o 1º a não cumprir. Mas, se os outros não cumprem, Aqui D'El Rei, vêem as ameças de penhoras, etc. e tal. Trabalho numa PME cujo principal cliente, para mal dos meus pecados, é o estado. Em 2004/2005, a Comissão Europeia identificou os atrasos dos pagamentos em transacções comerciais como uma das maiores barreiras ao crescimento das empresas, em particular das de menor dimensão, colocando Portugal em forte desvantagem competitiva. Na altura referia-se que o prazo médio de pagamento efectivo, em Portugal, é era 132 dias em Portugal.
Em Maio de 2007, a situação era ainda pior, encontrando-se Portugal no fim da lista de todos os países da UE, com um prazo médio de pagamento na ordem dos 152 dias.
Em Julho de 2008, tenho em mãos casos, de entidades estatatais, que estão a dever desde início de 2007! e não me parece que tenham qualquer intenção de regularizar as suas contas.
Por isso, não me venham dizer, como o nosso Primeiro-ministro, que Portugal está hoje melhor do que estava em 2005.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

The Girl Effect

Há anúncios fantásticos. Este, para mim, é um deles.As palavras conseguem contar uma história como se fossem personagens.

Chef Vitor Sobral

Ontem tive a minha 1ª sessão do Curso de comida rápida e leve com o Chef Vitor Sobral. O que me suscitou mias interesse quando me inscrevi foi a parte do rápida pois para quem, como eu, não é adepta da cozinha, quanto menos tempo melhor. Claro que devia ter deduzido que, com o Chef, o rápido não seria propriamente colocar todos os ingredientes no micro-ondas et voilá. É um rápido com requinte, com explosão de sabores, com texturas fantásticas, com aromas inebriantes. Só para deixar alguns com água na boca, eis o nosso menu de ontem:
- Salada de Queijo de Cabra com Salmão Fumado e Vinagrete de Mostarda à Antiga
- Creme de ervilhas com salada de berbigão e coentros
- Salada de rúcula com camarão salteado, manga e malagueta
- Esparguete com ovo, angulas, alho e malaguetas
- Bife com crosta de ervas aromáticas e carpaccio de tomate
- Ananás grelhado com gelado de coco
E no fim, empratámos e degustámos, devidamente servidos por Baco, acompanhando cada prato com uma série de expressões de satisfação e prazer.
Amanhã há mais.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

It takes two to tango



Será possível que nenhum dos meus amigos tem para ser meu par nas aulas de tango?
Será que tenho de PÔR UM ANÚNCIO NO JORNAL?????

sábado, 12 de julho de 2008

Tropa de Elite


Um filme poderosíssimo, intenso, cru, real, assustadoramente real. Será que há esperança para nós?

O mundo pode ser um lugar muito feio.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O que ando a ouvir

Nina Simone.
Para ouvir até à exaustão.

"Avó Dezanove e o Segredo do Soviético"

Uma Delícia!


“Tudo aconteceu muito perto de casa da minha Avó Agnette, mais conhecida na PraiaDoBispo, por AvóDezanove. Foi num tempo que os mais velhos chamam de antigamente”.

"Antigamente é um lugar.
- Um lugar assim longe?
- Um lugar assim dentro."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

E a propósito de cerejas

Segunda-feira fui jantar ao Assuka com S., la ibérica ,

que generosamente me ofereceu umas belas das suas cerejeiras.

Um regalo!

Xie-xie (do you still remember?) S.


As conversas são como as cerejas

Já não estava com I., só nós duas, há muito tempo. Ontem, finalmente, fomos jantar. E as histórias a contar eram tantas que a meio de uma já saltávamos para outra, e a propósito de...falou-se de..., e já agora...sabias que...e daquela vez... Falou-se de tudo e muito ficou por contar porque as palavras surgiam inesperadas e levavam-nos por caminhos cruzados, de tal forma que quase nunca chegámos ao fim de um raciocínio porque, de repente, a memória nos levava para outro lugar.
Conhecemo-nos há 27 anos, somos muito diferentes e é tão bom sermos amigas de uma vida.