sábado, 27 de março de 2010

CNB - 3 Novas Criações

Com exepção da coreografia (a última) de Wellemkamp, foi mais do mesmo, ou seja, quase nada. Movimentos repetidos, repetitivos, sem nexo, sem emoção. Fui tentar perceber o que regeu as duas primeiras coreografias e eis o que encontrei:

Light
Coreografia - Katarzyna Gdaniec, Marco Cantalupo
Inspiração: "Na nossa sociedade, os movimentos tornaram-se muito formais, apesar de fingirmos que somos livres. Mas essa liberdade é só para satisfazer a necessidade consumista. Perdemos a relação com as nossas raízes. Desde sempre, a dança foi influenciada pela forma como trabalhávamos. Quem trabalhava no mar tinha uma forma de se mexer diferente de quem trabalhava na terra, mas hoje parece tudo igual", conta Marco Cantalupo.
Mensagem: "Gostava que as pessoas sentissem a necessidade de quebrar com as formalidades nos movimentos e regressassem a uma forma mais natural de estar. Os bailarinos aqui são pessoas normais a fazer coisas excepcionais."

!!! Sorry, where, how?



Requiem
Coreografia - Rui Lopes Graça
Inspiração: "Este bailado é uma homenagem a Vera Castro, uma grande figurinista que morreu há um mês e meio. Trabalhei muitos anos com ela e senti a necessidade de lhe dedicar este bailado. É a expressão da minha gratidão. Durante o espectáculo, os bailarinos têm muitos movimentos com as mãos no ar, como se quisessem sentir, com o toque dos dedos, a presença dessa pessoa", diz o coreógrafo.
Mensagem: "Quero transmitir esperança e gratidão. A minha postura perante a vida e a morte é apaziguadora. Já perdi um irmão e o meu pai, mas acredito que nunca deixamos de sentir a presença dessas pessoas", explica Rui Lopes Graça.



A chuva cai na poeira como no poema
Coreografia - Vasco Wellenkamp
Inspiração: "Quis fazer uma obra sobre as diversas linhas do meu trabalho. É quase como se abrisse uma gaveta e tirasse de lá coisas dispersas destes 35 anos de trabalho. Escolhi poemas e fui associando música. É a minha primeira obra de fundo desde que assumi o lugar de director artístico da Companhia Nacional de Bailado [CNB], há três anos. Como coreógrafo, não posso ter apenas um papel administrativo", explica Vasco Wellenkamp. A ideia para este espectáculo partiu do director que deu total liberdade aos coreógrafos. "Queria uma multiplicidade de linguagens. Por coincidência, todos usamos cadeiras. É um objecto que permite imensos estados de espírito e tem um lado estético interessante."
Mensagem: "A poesia é a beleza. E o bailado tem um trabalho muito marcado pelo ambiente poético.

Aqui sim, estava lá tudo, beleza, movimentos fluidos, procura, inquietação... com a vantagem, que não é pouca, de ter tirado partido da formação clássica dos bailarinos e proporcionando momentos de elevada qualidade técnica.

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