Cumprem-se hoje 197 anos sobre a Batalha do Sabugal, que opôs o 2.º corpo do exército francês, dirigido por Reynier, ao exército anglo-luso, directamente comandado por Wellington. Foi o último combate da Guerra Peninsular em território português, ali se decidindo, em definitivo, a sorte das armas. Por incrível que pareça nenhum padrão ou obelisco assinala no local da batalha.
O exército invasor vinha em retirada, em marchas forçadas, espalhando os vários Corpos pela região, e dirigindo-se o 2.º ao Sabugal, ocupando a vila e acampando no sítio do Gravato, dois quilómetros a sul do Sabugal, num alto sobranceiro ao rio Côa, na sua margem direita. Wellington, que lhe vinha no encalço, estabeleceu o posto de comando no cimo do monte do lado direito do rio, frente ao castelo do Sabugal e dali decidiu executar uma manobra que isolasse o Corpo de Reynier do resto do exército francês, destroçando-o. O plano do comandante inglês consistia em entreter as forças napoleónicas com pequenos ataques ao acampamento do Gravato a partir da margem esquerda do rio, enquanto que o grosso das forças executava uma longa manobra de envolvimento, que consistia em atravessar o rio nas Peladas, já perto de Quadrazais para dali avançar sobre o corpo do exército francês, apanhando-o pela rectaguarda. Porém o nevoeiro da manhã de 3 de Abril comprometeu os planos de Wellington, já que a brigada ligeira que fora incumbida de executar uma primeira investida atravessou o rio um pouco acima da vila do Sabugal e avançou a coberto da névoa, assim surpreendendo os franceses que não contavam com a manobra. Quando o nevoeiro se dissipou Wellington viu que a sua pequena força combatia em clara desvantagem porque os franceses haviam-se reorganizado e estavam prestes a rechaçar o ataque. Decidiu então lançar todas as forças de reserva em defesa da sua posição. Após demoradas escaramuças as tropas francesas foram derrotadas, ficando o alto do Gravato e os campos vizinhos juncados de cadáveres, na sua grande maioria de soldados gauleses. A Reynier, com o posto de comando instalado num alto sito a Leste do Sabugal, restou-lhe retirar, obedecendo às ordens do Marchal Massena que reuniu o 2.º, 6.º e 8.º Corpos em Alfaiates, de onde seguiu em marchas forçadas para Ciudad Rodrigo. A batalha do Sabugal, também chamada do Gravato, foi o último dos combates onde ambos os lados lutaram determinantemente para vencer.
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