quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O meu Pai

O OFICIAL

Diplomata da palavra
Porte de aristocrata:
Alto como uma torre,
O Zé Dias confundia
Com quem com ele convivia
Nos terrenos da Egitânia.
Oficial garboso,
Sempre fardado a rigor.
Incapaz de uma ofensa
Era o modelo da elegância
Da brincadeira e da prudência.
Admirava-o como a um deus.
Passaram mais de quarenta anos
Sem o voltar a encontrar.
E no encontro que tivemos
Não nos reconhecemos:
O meu deus encolhera no tempo,
Eu envelhecera na idade.
Da juventude ficou a semente:
O Zé Dias ficou como referência,
Como modelo de sã camaradagem.
E na minha viagem pelo tempo
Serviu-me de luz e de contenção.
O Zé Dias foi na Guarda
O grande amigo,
Um exemplo, a melhor lição.

Cunha Simões in

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