quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Parabéns a Manoel de Oliveira


Confesso que vi poucos filmes de Manoel de Oliveira. Talvez por preconceito e, seguramente por desconhecimento, sempre tive a ideia de que eram filmes muito longos, com igualmente longos planos e personagens demasiado "teatrais". A verdade é que gostei dos que vi, particularmente do Vou para casa, o que não deixa de ser curioso e até contraditório.

Mas, a questão aqui não é tanto o que eu acho, ou deixo de achar, mas reconhecer que é OBRA o que este senhor fez, e continua a fazer, no cinema. E hoje, faz 100 anos. 100! Razão de sobra para que, nem que seja pela curiosidade, ver com outro olhar, e à luz de um século, os seus filmes. è o que me proponho


“É muito fácil explicar por que é que ele é o maior cineasta do mundo. O cinema, mesmo quando é um grande cinema feito pelos maiores cineastas, obedece a um certo número de regras que são intocáveis. O que é fascinante em Oliveira é que ele não respeita regra nenhuma. É alguém que opera quase como se não tivesse havido cinema antes dele – é preciso inventar ou reinventar tudo. É como um primitivo italiano que tem de inventar a pintura porque ela não existe antes dele ou como Jean Dubuffet ou Picasso, que não se contentam com os códigos da pintura, mas que a querem reinventar o tempo todo.”

Frédéric Bonnaud


Sem comentários: