domingo, 20 de janeiro de 2008

O Autofalante

Sou fã do actor Pedro Cardoso pelas séries da TV Globo que tive oportunidade de ver no GNT mas nunca tinha tido oportunidade de ao ver ao vivo. MUITO BOM. Fantástico actor, texto fabuloso.
Excerto de uma conversa que o jornal Destak teve com o actor pouco antes dos ensaios de 'Autofalante':

Quando está por cá inspira-se nos jornais e na televisão portuguesa?
Muito boa a sua pergunta. Desde que vim o ano passado, fiquei muito mais atento ao que se passa em Portugal. Depois a minha vida lá me dominou muito e esqueci um pouco. Quando se aproximou a hora de vir para cá, voltei a interessar-me, a ver a televisão portuguesa lá no Brasil. Chego aqui, às vezes fico no hotel ensaiando e vendo os programas de televisão. Também tenho ido muito ao teatro. Ontem vi aquele do Shakespeare...
As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos pela Companhia Teatral do Chiado...Isso.
Os actores são extraordinários, cumprindo a heróica missão de quebrar a quarta parede, gíria teatral que significa falar com o público directamente. Fui ver o ensaio da Maria do Céu Guerra que está fazendo uma montagem muito interessante de Antígona e, principalmente, vi um espectáculo de revista que me arrebatou o coração, com a Marina Mota. Hip...
Hip Hop'Parque...
É. Não consigo falar o nome. Hip Hop'Parque, que adorei. Encontrei tanto na revista quanto no Shakespeare uma enorme alegria. Também gostei de ver a estreia do menino dos Monty Python, Terry Jones, Evil Machines. A cidade pareceu-me muito viva e cheia de alegria. Claro que na hora do ‘rush' dentro do ‘metrô' é uma confusão. Mas isso acontece em qualquer lugar do mundo. Tive na periferia também, onde percebo um crescente movimento cultural, como temos no Brasil. É por isso que falo para as pessoas distantes do centro me virem ver. Me daria uma grande alegria.
Qual o espaço para improviso em O Autofalante?
Nenhum. Há o encontro com a plateia e esta modifica o espectáculo. Mas modifica a levada do espectáculo, a maneira, o actual. A reacção do público, um pouco mais para cá ou para lá que me faz fazer também andar para lá ou para cá. Mas não há uma mudança de rumos, uma coisa inesperada. O inesperado é o público e não eu. Eu sou o programado. Eu danço a dança que eles estiverem dançando comigo.
Tem inúmeros personagens na televisão. Algum o marcou mais?
A Vida Privada era muito legal. O Vida ao vivo que fiz com o Luiz Fernando Guimarães, o actor dos Normais, também é muito legal. E a Grande Família, que faço há 8 anos, certamente a mais expressiva.

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